A falta de transparência nas
negociações entre o GDF e os atuais proprietários da antiga Fazenda
Paranoazinho, a urbanizadora UPSA, sobre o destino das regiões do Grande
Colorado, Contagem e Boa Vista fez surgir movimento de síndicos, presidentes de
associações de moradores, chacareiros e moradores que pretende exigir o direito
de opinar sobre seus projetos de regularização e manter muros e portarias. Eles
não concordam em pagar novamente pelos seus terrenos e para isso, querem
intensificar as ações de usucapião.
Síndicos,
presidentes de associações de moradores, chacareiros e moradores dos
condomínios inseridos na área da antiga Fazenda Paranoazinho, em Sobradinho,
criaram uma Comissão Executiva para discutir os interesses dos moradores dos 54
residenciais e chácaras dos setores habitacionais Grande Colorado, Contagem,
Boa Vista e outros localizados na DF-425 e BR-020.
Na noite
de quarta-feira (20/01), em uma coletiva, eles explicaram seus motivos e
divulgaram uma carta aberta contando o que vem ocorrendo e pedindo aos
moradores que não assinem acordo com a Urbanizadora Paranoazinho (UPSA).
Cerca de
20 mil pessoas dessa região de Sobradinho moram no local há 25 anos, quando
adquiriram seus terrenos, particulares, de boa-fé. Ao longo de todos esses
anos, fizeram, com recursos próprios, diversas benfeitorias, como: água, energia
elétrica, praças, áreas de lazer, quadras de esporte, asfalto, segurança,
iluminação pública. Benfeitorias que levaram a uma grande valorização dos
terrenos e de toda a região. Hoje, essas 20 mil pessoas, que possuem um
contrato de compra e venda, pois compraram e pagaram por seus terrenos, também
possuem a posse da área, além de já pagarem IPTU e TLP há muitos anos.
Há cerca
de 10 anos atrás, conforme explicaram os membros da Comissão Executiva durante
a reunião, os moradores, através de um grupo que os representava, negociavam
com a representante do espólio, neta do antigo proprietário José Cândido de
Souza. Mas, no meio do caminho, foram surpreendidos com a desistência da
negociação e a venda das terras para um grupo paulista, a UPSA.
“O que
todos precisam saber é que não somos invasores. Já pagamos por nossos terrenos
e não temos que pagar novamente. Se alguém vendeu o que não lhe pertencia, no
caso o sr. Márcio Alonso, é dele que a UPSA deve cobrar, mesmo que seja com uma
ação judicial”, explicaram, lembrando que diversos moradores já entraram na
Justiça pedindo o reconhecimento de seus direitos através de ação de usucapião.
Ação de usucapião – Um dos objetivos do movimento é
esclarecer a todos os moradores a verdadeira situação para que não aceitem a
proposta que está sendo feita pela UPSA. “Gostaríamos também que as pessoas,
trabalhadoras, pais de famílias, estudassem a alternativa de ingressarem com
processo de usucapião. Estamos aqui para auxiliá-los. Já temos advogado e mesmo
que demore, uma hora teremos um resultado. Muitos já tomaram essa medida”,
explicam.
Interlocução com o governo - Outra bandeira dos moradores,
é exigir que os síndicos sejam ouvidos pelos órgãos do Governo, pois conforme
explicam, desde o governo passado, há uma posição privilegiada de interlocução
com a Urbanizadora Paranoazinho no que se refere ao processo de regularização.
“Ninguém ouve os moradores e até a UPSA chegar, nós fizemos tudo, não só as
obras de infraestrutura e urbanização, como de valorização da área e os
projetos, estudos ambientais e tudo que foi exigido pelo Governo”, lembram,
contando que atualmente não possuem nem acesso aos projetos que estão sendo
feitos. “Estamos tendo que, através de advogado, solicitar o acesso aos nossos
projetos e ao nosso processo de regularização. Isso é um absurdo”.
De acordo
com os membros da Comissão, hoje a regularização desenhada não é a que os
moradores querem, sem muros e portarias, e até sem suas áreas de lazer, pois a
UPSA está fazendo seus projetos passando por cima de área ocupada. “Muita gente
está sendo levada a acreditar que eles (UPSA) são os salvadores da pátria”.
Uma fan
page do movimento foi criada no facebook: movimento de síndicos e moradores da fazenda Paranoazinho,
para que as pessoas tenham acesso as informações. “Mas, quem quiser pode tirar
suas dúvidas nos contatando pelo email: condominiosnaparanoazinho@gmail.com. Em breve também será divulgado
um número de celular para acesso ao fórum do movimento no WhatsApp.
Nenhum comentário:
Postar um comentário