Quem
passa hoje pela Rua 10 de Vicente Pires corre o risco de achar que o cenário de
harmonia entre a arquitetura moderna das casas e o progresso advindo com a
infraestrutura sempre foi assim. Mal podem imaginar que nem sempre existiu a
pista em ótimo estado de conservação, tão lisa que parece um tapete e ladeada
por calçadas largas. A localidade chegou a colecionar problemas de ordem
estrutural. O maior deles ocorria em dias de chuva, quando a estrada de chão
batido se transformava em perigo para quem trafegava.
Essa
situação que se arrastava há anos começou a mudar em 6 de maio de 2019, quando
o Distrito Federal foi banhado por um temporal que provocou transtorno em quase
100% do quadrilátero candango. Casas, prédios, garagens e tesourinha do Eixão
ficaram alagadas. Mas nada comparado à situação da Rua 10 de Vicente Pires. Caminhões com material de construção acabaram atolados em meio à lama da quadra
que passava por obras de asfaltamento. A água formava uma pungente enxurrada
que assustava até mesmo quem acompanhava pelo noticiário.
As
cenas dignas de lugares constantemente atingidos pela chuva, como Rio de
Janeiro e São Paulo, levaram o Governo do Distrito Federal a embarcar em
Vicente Pires a bordo de nau com 300 funcionários e 150 máquinas sob o comando
de um Gabinete de Gestão de Crise.
A
primeira missão do grupo composto por 11 secretarias e mais empresas públicas
foi tirar a Rua 10 do atoleiro. A quadra foi escolhida para ser a primeira
localidade a receber o reforço porque faz divisa com praticamente todas as ruas
de Vicente Pires e tem extensão de 4,5 km. A força-tarefa do GDF resolveu os
problemas em 30 dias . A pista ganhou drenagem, bocas de lobo, calçadas e
meios-fios.
Com
a drenagem das águas pluviais e o asfalto correndo em frente aos seus lotes, os
moradores aproveitaram para caprichar no visual. Basta uma volta na Rua 10 para
encontrar pintores trabalhando. A cor da sujeira impregnada em muros e fachadas
deu lugar a tonalidades mais alegres e vivas.
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