Nem todo mundo está contente com o ritmo lento da regularização dos condomínios. Jorge Mattos, síndico do Solar da Serra, cujas obras estão embargadas há um ano e o processo ainda encontra-se em análise no Grupar, questiona as declarações feitas pelo gerente do órgão em recente entrevista à televisão. "Não concordo que a demora seja por inoperância dos síndicos. Existem condomínios que estão há mais de quatro anos em análise. Esse é o caso do Solar da Serra, cujo processo já esteve na Semarh, na Sematec, no Ibram... Cumprimos todas as exigências e não conseguimos concluir o processo".
Para ele, muitas exigências feitas hoje não estavam no escopo inicial do Termo de Referência e "observamos que a cada mudança do técnico responsável pela análise de um determinado condomínio – e que não são poucas – surgem outras novas exigências", enfatiza Mattos.
Segundo o síndico do Solar da Serra, existe constante mudança de técnicos no Grupar, além de alterações diversas da forma com que os trabalhos devem ser apresentados. "Assim, a empresa responsável pela elaboração dos projetos é obrigada a refazer e refazer os trabalhos. Para se ter uma idéia, trabalhos entregues há mais de três anos são agora questionados quanto à forma em que foram apresentados".
Jorge Mattos explica que constan-temente vem cobrando agilidade e posicionamento com relação ao processo do Solar da Serra, "mas sempre que são questionados sobre o motivo da demora, a resposta é que faltam técnicos para o grande volume de processos em análise". No Solar da Serra, por exemplo, de acordo com o síndico, as visitas técnicas já foram adiadas diversas vezes ou por impossibilidade do técnico ou mesmo por falta de veículos para a realização do trabalho.
"Essas declarações não aparecem na TV. Estão sempre culpando os síndicos. Até acredito que possa haver respon-sáveis por condomínios que não estejam muito interessados. Mas não se pode generalizar e deveriam priorizar aqueles que se mostram empenhados, pois muitos já cumpriram as exigências urbanísticas e ambientais requeridas pelo Governo, já gastaram mais de R$ 400 mil e não conseguem ver uma luz no final do túnel", alerta Mattos.
Toda essa indignação está relacionada à morosidade do processo. Ao todo existem no Distrito Federal 513 parcelamentos aguardando a legalização. Até agora, apenas 38 tiveram seus decretos aprovados pelo Grupar. Desses, apenas cinco conseguiram finalizar o processo, obtendo as escrituras em cartório. No ritmo que se encontra a análise dos projetos, somente daqui a 35 anos todos estarão regula-rizados. "Temos que parabenizar a iniciativa da OAB em exigir celeridade do próximo Governo", conclui Jorge Mattos.
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