terça-feira, 24 de maio de 2016

ARMANDO ROLLEMBERG FAZ UM BALANÇO SOBRE OS CONDOMÍNIOS DA ANTIGA PARANOAZINHO

Armando Sobral Rollemberg, atual síndico do Condomínio Vivendas Colorado II, no Grande Colorado, em Sobradinho, faz críticas a associações do bairro, que vem sendo complacente com os interesses da empresa paulista Urbanizadora Paranoazinho S/A (UPSA),que tem como sócio majoritário a construtora JC Gontijo.

Armando Sobral Rollemberg é morador do Grande Colorado e atual síndico do Vivendas Colorado II, em Sobradinho


A empresa paulista Urbanizadora Paranoazinho (UPSA) adquiriu no ano de 2007 a área da antiga Fazenda Paranoazinho, em Sobradinho, onde existem 54 residenciais implantados. Após a aquisição, iniciou a intenção de cobrar novamente pelos lotes ocupados e vendidos há mais de 20 anos. Entre os residenciais implantados na área, hoje conhecida como Setor Habitacional Grande Colorado está o Condomínio Vivendas Colorado II, que tem Armando Sobral Rollemberg, irmão do governador Rodrigo Rollemberg, como síndico.
Armando diz não entender como a associação UNICA, que tem como presidente “ad eternum” Júnia Bittencourt, que diz representar os condomínios horizontais do Distrito Federal, permanece à margem de uma causa que é do interesse de milhares de pessoas que compraram seus lotes de boa fé e que estão sendo obrigadas a pagar novamente.
Armando Rollemberg fez uma análise da atual situação. Veja abaixo.

É importante fazermos algumas ponderações sobre o processo de regularização da nossa região (Grande Colorado).
. Em primeiro lugar, acho que ela interessa igualmente a todos... A divergência está em como fazê-la... Claro está, que todos haveremos de pagar algo para conseguirmos regularizar, devidamente, nossas casas e/ou terrenos. A questão se complica quando se discute o quanto e a quem...
Por exemplo, você certamente não ignora que existe um grupo de síndicos da região do Grande Colorado, Contagem e Boa Vista que vem se articulando para resistir ao assédio da Urbanizadora Paranoazinho, por vários motivos, os quais alinho, resumidamente:
1. Somos proprietários de boa-fé. Adquirimos nossos lotes, muitos há quase 30, outros há 20, 15 anos, de empresas constituídas, que funcionavam a luz do dia. Ou seja, não invadimos, nem grilamos nada.
2. Moradores compraram e fizeram benfeitorias - Já pagamos lá atrás pelo que consideramos nosso, além de virmos pagando, durante todos esses anos, IPTU, taxa de lixo etc, para não falar das benfeitorias, externas e internas aos nossos condomínios, que também foram bancadas com recursos próprios.
3. Surgimento da UPSA - Muito tempo depois, em 2008, surge uma misteriosa empresa, a chamada Urbanizadora Paranoazinho (UPSA), dizendo-se dona de toda essa área onde estão localizados 54 condomínios, que passa a nos assediar - e mesmo a ameaçar- cobrando pela nossa posse, inclusive reivindicando nossas áreas comuns, em detrimento dos direitos adquiridos pelos condôminos, e em favor de seus exclusivos interesses.
4.  Projetos sem a participação dos moradores - Essa empresa se instala por aqui, diga-se de passagem, numa área cujo um terço se encontrava há muito ocupada com milhares de construções, e, meio que na calada dos gabinetes, passa a desenvolver um projeto de urbanização a revelia dos moradores.
5. Usucapião - Os moradores, muitos, centenas, provavelmente milhares, reagem reivindicando, na Justiça, o sagrado direito ao usucapião.

6. Desconfianças - Com o passar do tempo, nossas desconfianças em relação a UPSA só aumentaram, por diversos motivos, a saber:
a) descobrimos um documento registrado em cartório de SP, no qual os antigos herdeiros do espólio reconheciam como fora da partilha uma terça parte da fazenda por já estar ocupada há muito tempo;
b) que o tal do Tarcísio Marcio Alonso, herdeiro e inventariante, e sócio da UP, era a mesma pessoa sócia das empresas que haviam originalmente vendido, lá atrás, os nossos terrenos;
c) que a JC Gontijo possui, efetivamente, 50% da Urbanizadora;
d) que do restante do capital da empresa participa um misterioso grupo com sede nas Ilhas Cayman;

7. Derrubada de muros - Percebemos que há um plano da empresa para a derrubada dos muros e guaritas e a apropriação das nossas áreas. Passamos a estranhar - com razão- a intimidade, a facilidade e além da desmedida influência da empresa no âmbito do chamado GRUPAR;
8. Preço - Descobrimos, também, que a UP havia adquirido a gleba por R$ 4,5 reais o metro quadrado, ao tempo que pressionava para nos vender por muito mais (R$70,00 / R$80,00 / ou mais de R$100,00 o metro quadrado).

Para concluir:
Queremos a regularização, estamos dispostos a pagar o preço justo; não reconhecemos direito da UPSA sobre a nossa posse; o tempo e o processo de usucapião correm a nosso favor; a promiscuidade entre a UP e o GDF, neste novo governo, pode ser mais efetivamente combatida...
E "last but not least", desculpe-me a franqueza, não entendo até hoje como a associação do bairro - UNICA, durante esses anos, permaneceu à margem dessa luta, numa posição no mínimo complacente com a UP, ignorando, solenemente, a posição (majoritária, diga-se) de milhares de moradores de nossa região ...
Pois hoje, a duras penas, já somos 21 síndicos dispostos a resistir ao assédio indevido da empresa, buscando nossos direitos na Justiça e cobrando do GDF uma posição de equilíbrio e equidistância face ao conflito.

*Por Armando Rollemberg, síndico do Condomínio Vivendas Colorado II, em Sobradinho.

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