Em entrevista à Revista Fibra, na tarde desta terça-feira
(06/11), o deputado Agaciel Maia, presidente da Comissão de Economia, Orçamento
e Finanças (CEOF), falou sobre diversos temas que envolvem o Distrito Federal. Confira
abaixo alguns trechos da entrevista.
Estímulo à indústria
Temos que ter ações para incentivar os pequenos e médios
empreendedores. O grande investidor precisa, na verdade, que ninguém atrapalhe.
Aqui, o Pró-DF tem que ser reinventado e nesse quesito estamos perdendo muito
tempo. O Governo tem que estudar uma maneira de virar a página dos projetos que
estão sangrando.
Projeto da
Convalidação
Toda legislação tem que ser equilibrada. O novo PL permite
as empresas voltarem para Brasília, gerando emprego e renda para nossa região.
Aqui no DF, compramos tudo de fora. Isso é muito ruim. Levar
as empresas para fora, piora mais ainda a situação. Temos que incentivar as
indústrias a virem para o Distrito Federal. Veja: temos a maior renda per
capita, uma excelente localização e um mercado consumidor grande. Por isso, a
burocracia e a insegurança fundiária e jurídica têm que ser corrigidas.
A lei que equipara os incentivos fiscais a todas as unidades
federativa da Região Centro-Oeste foi sancionada e foi recebida com festas pelo
empresariado brasiliense. É preciso aquecer a economia local e, na prática,
estamos dizendo que as empresas não precisam deixar a capital em busca de um
cenário tributário menos rígido. Esses incentivos estão vinculados sobre o
ICMS, baixando dos atuais 12% para 9% para produtos nacionais e de 4% para 1%
para os importados.
Mobilidade
É muito mais fácil o transporte sobre trilhos. Isso todos
sabem. Estamos passando pela fase de renovação das concessões das ferrovias. É
o momento de pensarmos num trem de passageiro ligando Brasília, Luziânia e Novo
Gama.
Nas cidades mais modernas do mundo, não se usa carro.
Modernos trens de passageiros é uma questão de decisão e de vontade política. É
preciso fazer um planejamento de mobilidade, pois hoje é grande o problema com
o tempo que se gasta no transporte público. Algo precisa ser feito.
Emprego
Precisamos qualificar. A qualificação é essencial. As vezes
temos vagas de emprego e não temos profissionais capacitados. A geração de
emprego passa pelo desenvolvimento da construção civil e instalação de
indústrias no DF para produção do que consumimos. Temos uma área rural
produtiva, mas insegura, uma vez que poucos têm documentação da terra. Assim,
tudo é muito mais difícil.
Políticas de cotas
É um regime polêmico. Sempre entendi que as cotas devem ser
para as pessoas segregadas economicamente. É o baixo poder aquisitivo, a
desigualdade de renda, que merecem atenção especial do Estado. Portanto, esse
sistema, para ser eficaz, tem que ter um olhar sobre o desequilíbrio social.
Eficiência do gasto
público
A eficiência está na Parceria Público Privada, pois é
importante não deixar toda a sobrecarga nas costas do Governo. Os locais onde
já possui estrutura, é importante que se passe para a iniciativa privada para
que o Governo possa atender a população mais carente e atuar com eficiência na
área da saúde e da educação.
Segurança Jurídica
Apesar do DF ter o maior índice econômico, pois é a Unidade
da Federação que possui os melhores índices de renda, expectativa de vida e
educação, aqui também temos uma grande burocracia, assim como problemas sérios
com a questão fundiária.
A LUOS
A aprovação da LUOS vai facilitar muita coisa. Já foram feitas as audiências públicas, quando
a população foi ouvida. No meu entender, é importante que aconteça essa
aprovação na Casa de Leis, mesmo que depois haja revisão para adequarmos os
problemas.
A LUOS não atende aos interesses da população, pelo menos não o segmento que se encontra nos Lagos Norte e Sul. A população NÃO foi ouvida . A aprovação da lei como está provocará desvalorização dos imóveis, evasão dos atuais habitantes para outros locais da cidade ou, mesmo, para outros estados. Difícil saber a que interesses a lei atende, mas, certamente não são os da população.
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