quinta-feira, 13 de junho de 2019

MORADORES DE CONDOMINIOS DE SOBRADINHO ENGROSSAM PROTESTOS CONTRA EMPRESA URBANIZADORA PARANOAZINHO





O dia de sábado (08.06) foi movimentado no Grande Colorado. Moradores dos 54 condomínios se reuniram para protestar contra a empresa empreendedora que anunciou acordo com os moradores. A relação já bastante conturbada entre os dois lados piorou mais ainda após a reunião no dia 31 de maio, que não contou com a presença dos moradores, contrários a pagar os valores que consideram exorbitantes apresentados pelo empreendedor.


Moradores dos 54 condomínios da região de Sobradinho realizaram na tarde de sábado (08.06) assembleia geral, que reuniu mais de 450 participantes no auditório do Parque do Dinossauro, na região do Grande Colorado. 
Entre vários temas abordados, os moradores protestaram contra o ¨acordo¨ que não contou com a participação dos representantes dos condomínios. ¨As duas últimas reuniões foi de grande desrespeito com a comunidade dos condomínios. Chegaram ao absurdo de divulgar na imprensa que houve acordo entre as partes. Isso é mentira. Justamente por não concordarmos, respeitosamente, enviamos uma carta ao governador informando que os moradores não compareceriam. Só havia uma das partes no encontro. Como pode ter havido acordo. E ainda mais acordo para pagamento¨, questiona vários síndicos.
Os moradores em Assembleias realizadas nos condomínios não aceitaram a exorbitante proposta do empreendedor ¨e por isso mesmo vamos deixar claro que não assinamos acordo nenhum¨, enfatizou Carlos Cardoso, presidente da Associação de Moradores do Bairro Grande Colorado, Boa Vista e Contagem (AMGC), que presidiu a grande assembleia no Parque do Dinossauro.
Cardoso explica que a área onde estão os 54 condomínios é particular e todos já pagaram pelos seus lotes. ¨Primeiro, queriam nos vender de novo. Agora, resolveram dizer que estão cobrando apenas pela regularização. Em uma das reuniões, o governo, que tentava fazer a mediação do assunto, firmou acordou com os moradores que o valor seria de R$ 60 o metro quadrado. Isso não foi cumprido e o valor final apresentado pela empresa praticamente dobrou. Não podemos aceitar isso. Aceitar pagar por algo que já pagamos. Estamos dentro de uma área particular e agora queremos uma auditoria no valor das despesas, mas isso nos foi negado. O valor que querem que paguemos ao empreendedor é cinco vezes superior ao custo de regularização que eles firmaram com o governo, que é de R$ 48 milhões para as 5 regiões¨, explicou o representante da AMGC, dizendo que o valor que a empresa quer receber dos moradores é algo em torno de R$ 300 milhões. 
Após posicionamento do representante da AMGC, síndicos, presidentes de associações, advogados, moradores e comerciantes dos bairros, foi aprovado:
. Reafirmação do não pagamento a Urbanizadora Paranoazinho (UPSA), uma vez que todos declararam já ter pago por seus lotes e que a empresa pretende arrancar dos moradores um montante aproximado de R$ 300 milhões a título de regularização, quando no documento assinado pela empresa com o governo, em 2014, o total das obras soma R$ 48 milhões. 
. Posicionamento contra o projeto da construção da cidade (Urbitá) entre Sobradinho e o Plano Piloto pela UPSA.
. Posição contra a regularização dos parcelamentos no formato de loteamento aberto (sem muros e guaritas) como está sendo realizado pela UPSA, modelo este em que o morador passa a ter direito apenas sobre seu terreno, ficando as áreas verdes (lazer, praças, parques etc) para a empresa.
. Realização de uma grande manifestação no sábado, dia 15.06, a partir das 10h, com concentração em três pontos: Grande Colorado (em frente Panificadora Pão Nosso), Boa Vista e Contagem 3, na DF.425 (em frente ao Jardim América) e Contagem 1 e 2, na Av. Parque Canela de Ema, (em frente a farmácia).


Indignação com acordo: Durante a assembleia no Parque do Dinossauro, lideranças locais e moradores se mostraram indignados com o chamado ¨acordo¨ que divulgaram como tendo sido feito no dia 31 de maio, no Palácio do Buriti, entre a UPSA e os moradores.
O tom subiu. ¨Não existe acordo com apenas um dos lados presentes. Não concordamos com as propostas apresentadas e não comparecemos. Logo não houve acordo¨, explica Carlos Cardoso. 
Os moradores dos 54 condomínios iniciaram um abaixo assinado, que já tem quase três mil assinaturas,  (esperam chegar a 10 mil assinaturas) que será entregue junto com denúncias ao Ministério Público contra a venda da Fazenda. ¨A mobilização precisa continuar em todas as frentes: com a sociedade, com a imprensa, com os políticos sensíveis a nossa causa e, principalmente na esfera cível (usucapião), reforçada agora pela criminal, via pedido de abertura de inquéritos contra a UPSA¨, enfatizou Tadeu Spohr, morador da região. 
¨É importante lembrar que a obrigação de regularização é do empreendedor, nesse caso da UPSA. Quando a empresa comprou os direitos dos herdeiros da antiga fazenda e de outros, eles compraram os ônus e os bônus¨, lembrou outro morador. 
Para Harley Amaral, síndico e morador da região, a Justiça tem que atuar analisando profundamente o que aconteceu: a documentação e o contexto da compra da antiga fazenda, assim como o fato do decreto de mediação ter sido amplamente desrespeitado em vários aspectos, ignorando a proposta apresentada pelos moradores para a continuidade das negociações¨.
O ex deputado Raad Massouh é morador da região e participa do grupo contra as ações da UPSA. ¨Já estou vendo que tipo de denúncia deve ser apresentada e os motivos para já fazer a representação contra essa empresa, imediatamente¨, explicou.
Antes de encerrar a entrevista, o presidente da AMGC falou mais uma vez sobre o formato de regularização que a Urbanizadora Paranoazinho está promovendo no bairro: loteamento aberto, sem muros e guaritas. 



3 comentários:

  1. Uma pergunta: - Por onde anda o ESTELIONATÁRIO que nos vendeu os lotes e, em um ato criminoso, vendeu, novamente, à UPSA?

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  2. boa tarde, vocês pode me informar como anda os processos contra a upsa

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