crédito: Ed Alves/CB/DA.Press |
Segundo maior parque urbano do mundo, o Parque da Cidade Dona
Sarah Kubitschek terá seu projeto original, criado pelo paisagista Roberto
Burle Marx, retomado. A proposta será colocada em prática após a supressão de
1.628 pinheiros da área do bosque localizado entre os estacionamentos 4 e 5. A
medida visa a segurança da população que frequenta o parque.
A área da retirada é equivalente a 6,2 hectares, ou seja, de
aproximadamente seis campos de futebol oficiais. Muitas das árvores, que
possuem em média 27,7 metros, apresentam risco de queda, rachaduras, buracos,
ferimentos, fungos, brocas, cupins, entre outros. Segundo os técnicos, os
pinheiros foram feitos para durar 20 anos no local e muitos possuem 40 anos.
Além disso, não são árvores típicas do Cerrado, com impacto negativo sobre
outras espécies.
A decisão foi tomada pelo grupo de trabalho composto pelas
secretarias de Esporte e Lazer (SEL) – que administra o Parque da Cidade – e de
Cultura e Economia Criativa (Secec), pela Companhia Urbanizadora da Nova
Capital do Brasil (Novacap) e pelo Instituto Brasília Ambiental.
“Montamos essa força-tarefa envolvendo as secretarias para
solucionar essa situação e dar segurança à população que ocupa aquele espaço
durante a semana e aos finais de semana para praticar atividades físicas”,
explicou o secretário de Esporte e Lazer, Renato Junqueira.
Em conjunto, os órgãos aprovaram,
na manhã desta segunda-feira (31), o plano de manejo elaborado pelo Brasília
Ambiental, que será publicado no Diário
Oficial do Distrito Federal (DODF). Após a publicação, os
serviços terão início pela Novacap, que fará a retirada das árvores.
De acordo com o presidente da Novacap, Fernando Leite, os 6.126,46 m³ de madeira que serão retirados irão
para leilão. “Como acontece em toda supressão, a madeira será recolhida,
devidamente armazenada e passada para um leilão público. Os recursos arrecadados
serão destinados ao Tesouro do Distrito Federal”, detalhou.
A escolha por seguir o projeto original de Burle Marx ocorreu por
sugestão da Secec. “A equipe técnica do Brasília Ambiental, que fez esse plano
de substituição, foi alertada pela Secec de que havia esse projeto de Burle
Marx. Decidimos aproveitar a retirada dos pinheiros e vamos implementar o
projeto, que é tombado, com várias árvores exóticas e nativas do Cerrado”,
explicou o presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer.
Para o secretário de Cultura e Economia Criativa, Cláudio
Abrantes, a implantação do projeto original se mostra pertinente devido ao fato
de o Parque da Cidade ocupar a área tombada de Brasília. Mas entende que, para
isso, serão feitas adaptações. “Esse projeto tem uma lista de espécies que
Burle Marx utilizava em seus projetos. É óbvio que algumas não são nativas do
Cerrado e estarão sob avaliação de disponibilidade para que possam ser
efetivadas no local, acomodando assim diante do que temos de tombamento e dos
jardins de Burle Marx”, alertou.
O parque foi fundado em 1978 e teve o paisagismo feito pelo
consagrado artista Roberto Burle Marx. A área de intervenção compõe o Conjunto
Urbano Tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade. Serão 29 polígonos de
plantio arbóreo nos três bosques, bem como de grama da espécie batatais nessas
áreas. Todos os procedimentos serão feitos observando as condições ambientais
necessárias.
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