quarta-feira, 29 de abril de 2015

Polícia indicia auditores da Agefis e do Ibram por corrupção passiva

Eles são suspeitos de receber lotes em troca de informações privilegiadas. Ação cumpriu mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva.




A Polícia Civil do Distrito Federal indiciou nesta quarta-feira (29) dois auditores da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) e um do Ibram por corrupção passiva. Anteriormente, a polícia havia divulgado que os três eram servidores da Agefis.

Segundo o delegado-chefe da Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema), Ivan Dantas, eles são suspeitos de receber lotes do condomínio Altiplano, no Paranoá, como forma de pagamento para avisar datas de operações em áreas irregulares.
O delegado afirmou que os servidores também omitiam ou retardavam operações no condomínio alvo da operação. Um deles tinha cargo comissionado no Instituto Brasília Ambiental (Ibram). De acordo com Dantas, os lotes estavam em nome de parentes próximos aos fiscais.
A Dema realizou operação nesta quarta para cumprir três mandados de busca e apreensão e cinco de conduções coercitivas a respeito de parcelamento irregular de solo. A ação ocorreu no Altiplano Leste, no Paranoá, e em outras regiões da capital federal.
Os três auditores foram conduzidos à delegacia para prestar depoimento. Além deles, uma ex-diretora administrativa e o síndico do condomínio também foram levados para a delegacia e serão indiciados. Eles são suspeitos de parcelamento irregular de solo. Essa ação é um desdobramento das Operações Faraó I e II, referentes a fatos ocorridos em 2012 e 2014.

'Churrasco'
Segundo o delegado, foi constatado que os auditores usavam a palavra "churrasco" como código para falar sobre as operações de fiscalização com o síndico do condomínio e a ex-diretora administrativa do loteamento. Dantas afirmou que durante as investigações foi verificado um “intenso contato telefônico via mensagem de texto” entre os cinco. Todos negaram na delegacia envolvimento com o crime.
Os fatos se referem aos anos de 2012 e 2013, quando a Polícia Civil realizou a operação Faraó I e II. Depois das duas operações, o delegado disse que a polícia recebeu várias denúncias de que estariam ocorrendo vazamento de informações de ações de fiscalização na região.
"Diante disso, a delegacia aprofundou a investigação visando a comprovação dos envolvimentos dos auditores", disse. "Houve dificuldades na investigação porque eles não utilizavam o nome deles. Os três utilizaram nome de parentes para transferir os lotes."
Além dos contatos telefônicos, foram localizados os números dos telefones dos servidores e as iniciais dos nomes deles no cadastro do condomínio. Um dos auditores suspeitos era lotado na época na Secretaria de Regularização de condomínios e integrava o Comit~e de Combate ao Uso Irregular do Solo. O delegado explicou que os lotes eram vendidos por cerca de R$ 90 mil e um dos auditores recebeu na conta parte do dinheiro depositado pelo comprador da área.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências dos auditores, na sede da Agefis e do Ibram. Foram apreendidos computadores, documentos e sessões de direito de um dos lotes que estaria no nome da mulher de um dos suspeitos e que depois foi revendido com o nome dele.
Durante as buscas na residência de um dos suspeitos foi encontrada uma porção de maconha. Ele foi autuado também por porte e uso de drogas. Na casa de outro auditor foram apreendidas duas armas, de calibres 38 e 22, pertencentes ao ex-sogro do servidor, que é oficial aposentado das Forças Armadas.
Os auditores vão responder por corrupção passiva e podem pegar de e 2 a 12 anos de prisão. O síndico e a ex-diretora do condomínio vão responder por corrupção ativa e estão sujeitos à mesma pena.
Fonte: G1

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