No Diário Oficial do DF de
segunda-feira (24/12) foi publicada a decisão do Conselho de Planejamento do DF
(Conplan) que aprovou a criação de um novo setor, próximo a Sobradinho: o
Urbitá, cujo projeto prevê abrigar uma população de cerca de 118 mil pessoas,
mesmo com parecer de especialistas sobre o impacto no trânsito e no meio
ambiente da região.
O assunto deu o que falar no DF,
principalmente junto a população de Sobradinho, que já convive diariamente com enormes
congestionamentos.
O Urbitá será implantado na região da
antiga Fazenda Paranoazinho, onde parte da área continua vazia e parte está
ocupada por 54 condomínios, distribuídos nos setores habitacionais Grande
Colorado, Contagem e Boa Vista. Ali, foram os moradores, ao longo desses mais
de 20 anos, que realizaram todas as benfeitorias existentes e que trouxe a valorização
da região.
Os condomínios - Ao longo desses 11 anos, a atual proprietária da
área, a Urbanizadora Paranoazinho, conhecida por UPSA, tenta vender novamente os
terrenos dos condomínios aos moradores, que se sentem indignados com as medidas
adotadas pela empresa, pois os mesmos foram excluídos de todo processo de
regularização e os moldes adotados pelo empreendedor é de loteamento aberto.
Segundo as lideranças locais, os
residenciais foram concebidos no formato de condomínio fechado “e é assim que
devem ser regularizados. Por isso temos várias ações de usucapião e vamos lutar
até o final. Até mesmo porque já pagamos pelos nossos terrenos e realizamos
todas as benfeitorias não só nos residenciais como no bairro”, conta Carlos
Cardoso, presidente da Associação de Moradores (AMGC).
Urbitá – Desde 2007, o grupo paulista que adquiriu a área dos herdeiros de José
Cândido de Souza, paralelamente a regularização dos residenciais existentes, vem trabalhando para implantar o projeto do
novo bairro na área ainda vazia, pois desde o início esse era o grande
interesse dos donos da empresa.
De acordo com o projeto aprovado, o novo
bairro, que será implantado na área ainda livre da antiga Fazenda Paranoazinho,
contará com áreas comerciais para grandes supermercados e escolas, e prédios
residenciais com até 10 andares, nos moldes de Águas Claras.
O projeto global foi aprovado pelo
Conplan em novembro passado e o da primeira etapa, na quarta-feira (19/12). De
acordo com o projeto, o Urbitá deverá ser integrado a cidade de Sobradinho, com
uma ponte sobre o Ribeirão Sobradinho.
A decisão desagradou muita gente,
principalmente os moradores de Sobradinho e dos condomínios da região, que já
enfrentam um caos no trânsito da região, seja na BR-020 ou na DF-150. Outro
problema levantado é a questão da falta de água, cujo problema tende a agravar
com a superpopulação.
Mas apesar disso tudo, o que se sabe é
que agora, finalmente, depois dos trabalhos em três governos, o projeto
começará a sair do papel.
Pdot proíbe parcelamento – Lideranças de condomínios da região de
Sobradinho questionam a aprovação do projeto Urbitá feita pelo Conplan, pois em
reportagem publicada em 2008 pelo jornal Correio Braziliense, segundo o Plano
Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot) a área não pode ser parcelada e teria
que permanecer como zona rural.
Inicialmente o Pdot previa a transformação
da área em urbana, porém uma emenda apresentada pelo então distrital Raad
Massouh proibiu a construção de empreendimentos na região. A
emenda aprovada atingiu apenas as áreas vazias da Paranoazinho. Os residenciais
já existentes poderão ser regularizados.
O que prevê o projeto da Cidade Urbitá
- A cidade terá áreas comerciais, residenciais e institucionais, com altura máxima de 37m, o equivalente a 10 andares
- O novo bairro tem capacidade para 118 mil pessoas, mas o projeto de ocupação é de longo prazo, cerca de 40 anos
- A primeira etapa, aprovada no Conplan, pode abrigar 11 mil pessoas. Ela será construída às margens do prolongamento da Avenida Sobradinho
- A Urbitá terá 3 milhões de metros quadrados de parques lineares, que permeiam todo o empreendimento
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