Diante do avanço da doença, que leva à eutanásia, no próximo sábado, equipe da Zoonoses fará exames e orientará os moradores do Jardim Botânico sobre os cuidados preventivos. Este ano, cinco animais já morreram no Condomínio Quintas Bela Vista
A leishmaniose assusta moradores de Condomínios do Jardim Botânico. Casos de cães diagnosticados com a doença se multiplicam e levam medo para a região, onde um bebê de 10 meses foi contaminado no ano passado e morreu. Não há dados oficiais de cachorros infectados pelo mosquito palha, mas é comum encontrar proprietários de animais sacrificados no bairro. No próximo sábado, a Zoonoses vai montar uma tenda em frente à Administração Regional para examinar os bichos de estimação gratuitamente e recomendar cuidados para evitar a leishmaniose. Limpar o terreno, retirar as fezes dos animais dos canis e fazer exames anuais nos cachorros são medidas que podem afastar a tão sofrida decisão pela eutanásia.
Somente no Condomínio Quintas Bela Vista, por exemplo, cinco cachorros morreram após serem picados pelo mosquito infectado pelo protozoário Leishmania chagasi nos últimos seis meses. Três deles foram sacrificados, e dois morreram em decorrência das complicações provocadas pela doença. Preocupados, os moradores do loteamento assistiram a uma palestra do veterinário da Zoonoses Laurício Monteiro há duas semanas. “Fiz contato com dois veterinários de clinicas próximas e recebi informações sobre um surto de leishmaniose aqui no bairro. Existem casos confirmados em vários Condomínios da região, e começaram a surgir cães doentes no condomínio”, conta o síndico Ênio Moreira Viotti. “Na palestra, soube que o primeiro foco da doença veio da Fercal, mas nossa região também é de risco. Estamos em uma área repleta de vegetação e de fauna silvestre. Ficamos assustados”, afirma Ênio.
Somente no Condomínio Quintas Bela Vista, por exemplo, cinco cachorros morreram após serem picados pelo mosquito infectado pelo protozoário Leishmania chagasi nos últimos seis meses. Três deles foram sacrificados, e dois morreram em decorrência das complicações provocadas pela doença. Preocupados, os moradores do loteamento assistiram a uma palestra do veterinário da Zoonoses Laurício Monteiro há duas semanas. “Fiz contato com dois veterinários de clinicas próximas e recebi informações sobre um surto de leishmaniose aqui no bairro. Existem casos confirmados em vários Condomínios da região, e começaram a surgir cães doentes no condomínio”, conta o síndico Ênio Moreira Viotti. “Na palestra, soube que o primeiro foco da doença veio da Fercal, mas nossa região também é de risco. Estamos em uma área repleta de vegetação e de fauna silvestre. Ficamos assustados”, afirma Ênio.
RotinaNa clínica da médica veterinária Fabiana Volkweis, próxima aos Condomínios do Jardim Botânico, a leishmaniose faz parte da rotina dos atendimentos. Ela diz que, há quatro anos, quando começou a atender no local, os casos eram esporádicos, mas, hoje, são “comuns”. Ela mesma conta que se propôs a visitar Condomínios da região orientando moradores. O ideal, para veterinária, é que exista uma campanha mais forte pela Vacinação dos cães ainda filhotes. “É impossível eliminar os mosquitos. Então, vamos evitar que a doença chegue aos cães. O correto é que, aos seis meses de vida, o cão faça um teste para leishmaniose e, em caso negativo, faça a Vacinação e use a coleira ou algum outro produto repelente”, comenta.
O veterinário da Zoonoses Laurício Monteiro explica que o Jardim Botânico é, sim, uma região endêmica, onde há risco de contaminação de cães, ao lado da Fercal, Sobradinho I e II (especialmente os Condomínios), Varjão e lagos Norte e Sul. No Jardim Botânico, ano passado, houve dois casos em humanos, um deles com morte, segundo o veterinário. “Fazemos um trabalho contínuo nessas áreas de transmissão, visitando as casas e examinando os cachorros. Este ano, já passamos nas MI e ML 3 do Lago Norte e no condomínio Privê Morada Sul. Agora estamos fazendo a Fercal”, diz Monteiro.
Depois que o cachorro é diagnosticado com leishmaniose, não há tratamento recomendado pela Vigilância Ambiental do DF, nem pelo Ministério da Saúde. Os animais contaminados devem ser submetidos a eutanásia para acabar com a possibilidade de transmitir a doença para humanos. “O índice de prevalência da doença nos cães examinados na área de risco é entre 15% e 20%”, afirma o veterinário da Zoonoses. “Se o dono do animal desconfiar que ele está doente, basta levar até a Zoonoses, que fazemos os exames e a eutanásia, se for o caso, sem cobrar nada”, completa o veterinário. Em 2012, 551 cães foram sacrificados por causa da doença pela Zoonoses. Ao longo do ano, 36 pessoas tiveram leishmaniose no DF e quatro delas morreram. A Secretaria de Saúde do DF ainda não tem dados de 2013.
TratamentoApesar da recomendação de sacrificar cães infectados, muitos veterinários particulares tentam oferecer tratamentos para os cachorros doentes, que são caros e não há comprovação de eficácia. A família de Wania Alberone, moradora do condomínio Quintas Bela Vista, é exemplo disso. Na semana passada, eles se despediram da pastora Shiva, de 7 anos, com diagnóstico de leishmaniose. Foi a segunda vez que ela se viu diante de um veterinário para sacrificar um animal infectado. A primeira, há cerca de seis meses, foi com a beagle Lilica. Wania chegou a ser orientada por um veterinário a tratá-la com um Medicamento importado da Europa.
A veterinária do bairro não recomenda o tratamento. “O tratamento não cura o animal. Ele continua portando o protozoário, mesmo sem os sintoma”, diz Fabiana Volkweis.
A aposentada Regina Maria Garschagen, 60 anos, também sacrificou Titico, de 6 anos, este ano. Há dois meses, ela desconfiou de umas manchas ao redor da boca e dos olhos do cachorro e decidiu examiná-lo. O diagnóstico de leishmaniose chegou juntamente com a difícil decisão de fazer a eutanásia. “O veterinário falou que tinha um tratamento, mas era caro, mas não tinha garantia. Decidi sacrificá-lo. Foi uma decisão difícil que me quebrou, mas não queria vê-lo sofrer e fiquei com medo de deixar as crianças do condomínio doentes”, conta a aposentada que redobrou a atenção com o golden retrivier Leo, que também foi examinado e não tem a doença. “Ele usa a coleira repelente, está vacinado. E meu terreno está sempre limpo”, completa.
Fonte: Correio Braziliense, 08.04.2013
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