quinta-feira, 13 de março de 2014

MP QUER RESPONSABILIZAR ÓRGÃOS PÚBLICOS PELA FALTA DE PREVENÇÃO E ERRADICAÇÃO DE OCUPAÇÕES DE CONDOMÍNIOS NO FINAL DO LAGO SUL



A 2ª. Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística (Prourb) do Ministério Público do DF (MPDFT) instaurou, em final de fevereiro, inquérito civil público contra a Administração Regional do Paranoá, Terracap e Secretaria da Ordem Pública (Seops) para apurar possíveis irregularidades que configurem a prática de atos de improbidade administrativa na atuação de agentes públicos na prevenção, controle e erradicação das ocupações irregulares do solo em três condomínios, no final do Lago Sul: Mini-Chácaras do Lago Sul quadras 4 a 11, Estância Quintas da Alvorada e Privê Morada Sul Etapa C.

Os três parcelamentos estão em área pública da Terracap e até recentemente as áreas estavam praticamente desocupadas. No entanto, nos últimos anos vem ocorrendo uma ocupação desenfreada das três áreas. Se comprovada, a prática pode configurar atos de improbidade administrativa.

No Privê Morada Sul Etapa C, onde só existia uma guarita na entrada do parcelamento, hoje mais de 50 residências estão erguidas. 

No Mini-Chácaras, a dois anos atrás, a via de acesso ao parcelamento foi toda pavimentada, a tímida portaria deu lugar a uma luxuosa construção, as ruas estão sendo, paulatinamente, pavimentadas e iluminadas, e ganham a cada dia novas construções. O Tribunal de Justiça já condenou o Condomínio Privê Morada Sul Etapa C, por meio de decisão já transitada em julgado, a não realizar qualquer parcelamento do solo, sob pena de multa. O condomínio também deve providenciar o retorno da área ao seu estado anterior.



Por fim, no Estância Quintas da Alvorada, onde existia apenas cerca de 150 pequenas construções até três anos atrás, hoje na área existem algo em torno de 900 novas casas, a maioria de excelente padrão, com jardins, área de lazer e piscina. As ruas foram ampliadas, algumas ganharam meios-fios, cascalho e novos postes de iluminação. O perímetro do parcelamento foi todo cercado e um muro no perímetro, construído. Um projeto da nova portaria já está divulgado no site do condomínio.

O Estância Quintas da Alvorada também foi condenado em Ação Civil Pública a prestar obrigação de não fazer, o que significa não edificar no local sem prévia autorização do poder público, devendo, também, recuperar as áreas degradadas.

Em Ação de Interdito Proibitório, a Justiça deferiu a reintegração de posse das áreas onde estão os parcelamentos Estância Quintas da Alvorada e Privê Morada Sul – Etapa C, a favor da Terracap, e julgou improcedente a Ação de Usucapião movida pelo Estância Quintas da Alvorada, com o argumento de que se trata de área pública.


O detalhe sobre os três parcelamentos é que estão localizado no final do Lago Sul, em uma das áreas mais valorizadas e cobiçadas do Distrito Federal. Ali, um terreno, clandestinamente, é vendido por cerca de R$ 250 mil. Se estivesse sendo licitado pela Terracap não sairia por menos de R$ 800 mil. 

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